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Imagine a seguinte situação hipotética: candidato ingressa em cargo público por meio de liminar. Após 10 anos, o processo é julgado improcedente. Pode-se mantê-lo no cargo público aplicando a teoria do fato consumado?

De acordo com entendimento do STF:

Não é compatível com o regime constitucional de acesso aos cargos públicos a manutenção no cargo, sob fundamento de fato consumado, de candidato não aprovado que nele tomou posse em decorrência de execução provisória de medida liminar ou outro provimento judicial de natureza precária, supervenientemente revogado ou modificado” (RE 608482)

Ou seja: não se aplica a teoria do fato consumado em caso de candidato que tomou posse por decisão judicial.

Exceção: quando demora tanto tempo para julgar o processo que ele se aposenta. Caso de distinguishing. 


Veja-se:

A situação é diferente, contudo, se a pessoa, após permanecer vários anos no cargo, conseguiu a concessão de aposentadoria. Neste caso, em razão do elevado grau de estabilidade da situação jurídica, o princípio da proteção da confiança legítima incide com maior intensidade. Trata-se de uma excepcionalidade que autoriza a distinção (distinguish) quanto ao leading case do RE 608482/RN (Tema 476).

STF. 1ª Turma. RE 740029 AgR/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 14/8/2018 (Info 911). Buscador Dizer o Direito

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